segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Desimportante
É hoje, é mesmo, oxalá.
Não sei o que posso, o que será?
Será que viro um sabiá?
Oh, não, deu certo, não esperava.
Tudo sempre na madrugada
Se desenvolve mas dá em nada.
Não sei obter o que sonhava.
Inusitado, um tapa na cara
A ideia que tinha agora para.
Desacostumamos a ganhar.
O problema é que, quando se perde, não se tem imagem nítida
Do futuro...e isso é o desatino
Do algo maior, que fica a continuar.
Químico Expectando
Não passa um semestre sem que eu queira me jogar de um precipício!
O que devo fazer pra aprender?
Às vezes esqueço até Lavoisier!
Mas a prática tem sempre um desconhecido!
O que devo fazer pra acertar?
Se às vezes esqueço até de a massa pesar!
O Laboratório é cansativo!
Lava, lava! Esfrega, esfrega!
E as aulas teóricas, ah, que desperdício!
A biblioteca cansei de habitar!
Xeroca isso! Empresta aquilo!
E o sistema, eu cansei de acessar!
Será que um dia vou me formar,
E uma pêra decente poder usar?
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Crítica: "Enquanto Agonizo" de William Faulkner
[...] Na literatura francesa, cartesiana por definição, o narrador/ personagem da prosa introspectiva tem de ser inteligente, capaz de destrinchar sentimentos e emoções que constituem o sujeito no mundo, ao lado de pares cujo maior prazer é se exercitarem na perversidade e sutileza dos jogos sociais aristocratizantes.
Faulkner não tem medo de usar o monólogo quando o personagem é destituído de raciocínio lógico. Seus colegas de ofício, como Hemingway ou Steinbeck, preferem imitar a técnica do romance policial. Ambos se valem dos recursos da psicologia comportamental (behaviorista) que lhes é proposta por William James e seus seguidores. Nada de vida íntima nos romances dos expoentes da geração perdida europeizada, tudo é ação e gesto. Faulkner trata a brutalidade de outra forma. Ele é o detetive da intimidade caipira. Devassa-a para descobrir (e mostrar) seres tão complexos na sua fúria de viver quanto os citadinos. [...] Estão diante de seres ignorantes, violentos e brutos, mas ao mesmo tempo extremamente sensíveis, capazes duma fala profética e poética modelar, como é o caso, respectivamente, de Darl e Vardaman. Uma baforada de ar do campo abre as janelas e varre os salões cosmopolitas. [...]"
Não posso deixar de citar as críticas que li e que me funcionam como referência.Primeiro essa que é mais uma breve opinião de um leitor: catalisecritica.wordpress.com/2010/04/28/enquanto-agonizo-william-faulkner/#comment-2101
sábado, 14 de abril de 2012
Toby
+ 18/11/11
Milionésimo Insight em Hora de Estudo
Então, de repente, olhou aquilo com outros olhos. Emprestou os olhos de sua mãe, de seu pai, de sua avó e até de sua tia preconceituosa e viu uma nova função para aquilo tudo. Como podia passar tantos anos ao lado daquilo e não perceber a sua função? É por isso que as coisas tem que ser conservadas. O fato é que o tempo passou, mas ainda podemos dar sentido a tudo. Afinal, se algo não é utilizado, simplesmente perde o sentido de ser, como diria Clarice. Mas agora, para de fato conferir sentido àquilo, é necessária disposição para lembrar-se dela e isso é algo extremamente difícil. Disposição é quase curiosidade científica, mas ultimamente eu prefiro simplesmente dizer: “É assim porque Deus quis e ponto”, às vezes eu digo sem o “ponto” quando estou de bom humor. O porém é que é justamente a curiosidade, ou outra palavra que transmita esse sentimento aguçador maluco, a roda da vida. Por isso, enquanto estudantes loucos e felizes estudarem, estará tudo bem, mas quando eles pararem...ah, parou-se o mundo!
domingo, 15 de janeiro de 2012
Rabiscos de uma Madrugada de Março
Brilho Distante
Mateus sentia o frio da manhã
Todos os dias, enquanto comia a sua verde maçã.
Ele era alto e gelado
Decerto, o seu crescimento fora descontrolado.
A questão era que Mateus odiava existir
Por quê ele sempre tinha que sorrir?
Então, um certo dia Mateus decidiu
Arrumaria a sua mochila e partiria do Brasil.
Mas lembrou-se de sua mãe
O que seria dela? Ele amava tanto mamãe!
Uma carta escreveu com uma explicação
Disse: "Mãe, eu te amo, mas a vida aqui não tem razão".
A mãe chorou e adoeceu
Enfim percebera que a sua criança cresceu.
Para a Itália Mateus partiu
Levou uma mochila, pouco dinheiro e o seu eu-medroso que um dia existiu.
Alegrou-se por não ter que existir
Ah, como era doce o seu silencioso elixir.
Deu vida aos olhos e explosão aos sentidos
Era o gosto de se exibir perante os desconhecidos.
Enfim entendeu a razão de viver
A vida nada mais era do que deixar acontecer.
Mateus escreveu: "Minha mãe querida,
Explorar novos lugares e fazer a própria comida
Pode parecer trabalhoso, mas ensinaste-me bem
Que é mais venturoso aquele que vai além.
Daqui vou prosseguir até a minha força estar esgotada
Um beijo e não me espere acordada".
Rir é Necessário
Eu amo pessoas honestas,
Simples, que falam português de verdade.
"É memo, num é?" dizem as pessoas corretas.
Não que as outras não sejam, mas dessas eu sinto mais saudade...
Arrogância não é comigo,
Risar-se-ar* com um amigo
Ou jogar-se na lua,
Caminhando maravilhado pela rua.
É simples, a vida,
Porque bom humor é muito necessário.
Desse jeito torna-se fácil a ida,
E só quem não quer não é mesário!
Vam'bora, isso tem que ter,
Porque o sonho é necessário.
Aqui não quero sempre amanhecer,
Muito menos ter a maquinária rotina de um empresário!
*Segundo a poética, rir esplendorosamente; De tanta alegria, surge risar-se-ar.
Calmaria
Victório Sarkis
He was kind, he was generous, A truly gentleman. He was my man, he was gorgeous, A real trust man. Great adventures we had toget...
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Terminei há uma semana de ler Enquanto Agonizo e fiquei instigada a uma análise da obra de Faulkner e dos recursos literários utiliza...